sexta-feira, 4 de junho de 2010

Atletas da Arte



A Garota Elíptica foi, por toda a adolescência, uma representante de um grupo seleto de mulheres e homens (ou quase homens) que se dispõem a dedicar grande parte de seu tempo, energia e paciência à arte de ser uma pintura, de representar uma imagem ou de expressar uma música através do corpo: a Garota Elíptica era bailarina.

Nunca dancei balé, nuna vi uma apresentação de balé e confesso que provavelmente dormiria na platéia assistindo a um, mas tenho profunda admiração e uma leve atração por bailarinas. A atração não me perguntem por quê, pois não saberei explicar. Mas a admiração é fácil: até onde conheço sobre esportes e coisas em geral que necessitam do corpo para ser executadas, não há nada que exija mais esforço do que balé. É sério. E olha que eu sou ciclista. Imagina aí: dançar horas a fio executando movimentos que beiram a perfeição, tendo de seguir uma coreografia geralmente complexa e demonstrar através da expressão facial sensações de suavidade, leveza e alegria que não necessariamente correspondem ao seu estado de espírito! Ô canseira hein! Quando a gente pedala e está cansado, ao menos podemos fazer uma careta!

O corpo de uma bailarina é trabalhado (as pernas especialmente) a um nível que torna a sua musculatura tão forte quanto a de atletas, a dedicação necessária para se alcançar este patamar pode ser comparada ao tempo de treino ao qual são submetidos os profissionais do esporte e a execução em palco de tudo o que foi aprendido em ensaios equivale ao desempenho de um corredor, ciclista ou jogador de qualquer coisa no auge de sua forma em períodos de competição.

Como não entendo nada de balé e meus comentários são baseados em meras observações, paro por aqui.

É isso. Eu estava treinando hoje de manhã e me veio isso na cabeça quando passava pela descida do Rio Coaçu, logo depois do Ponto das Tapiocas: bailarinas são atletas da arte.

Falou.