terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Mãe é, para sempre, mãe





Post atrasado, mas atual, tendo em vista o assunto tratado.

Ano passado, a Academia Arte e Movimento promoveu um festival com apresentações dos alunos e eu estava lá participando. Convidei meus pais para assistir. Eles sentaram na fileira da frente. Não vi quando chegaram e nem quando foram embora (tiveram que ir mais cedo por causa da Fernanda, minha sobrinha). Só os vi mesmo durante uma das apresentações e só de relance.

Antes de continuar, vale dizer que sempre fui um adolescente meio retraído e envergonhado e nunca chamava meus pais para nenhum evento de que participava. Depois de virar adulto, decidi mudar isso e  sempre os convido para coisas assim. Essa mudança trouxe bons frutos e a recomendo para quem esteja passando por uma situação semelhante.

Agora sim: só vi meus pais em um momento nas minhas apresentações e foi o suficiente para trazer à mente lembranças de passados próxmos e distantes e uma infinidade de reflexões. Essa aqui é uma delas. Quando os vi, os olhos e a expressão da minha mãe me chamaram muito a atenção. Ela demonstrava alegria, euforia e uma admiração que fez com que me sentisse uma criança aprendendo a andar. Quando acabou o ato, ela aplaudia tão freneticamente que seria capaz de ocupar a acústica do teatro inteiro só com as suas palmas...

Estou longe de ser um bom dançarino. Isso não é minha vida, tampouco minha história. A dança é só um passatempo, uma diversão como muitas outras. No entanto, naquele momento toda essa eventualidade ganhou uma magnitude que só sendo uma mãe para explicar ou até entender. Eu não estou dizendo que, para minha mãe, eu sou ali o melhor dançarino do mundo. O que quero dizer é que isso - ser ou não um bom dançarino - está longe, muito longe de ser importante para ela. A beleza do que ela viu ou do que sentiu quando viu a apresentação não está diretamente realacionada com a perfeição técnica do que foi mostrado.

Para minha mãe (e acho que isso pode ser extendido para todas as mães), o que importa realmente é ver seu filho ali fazendo o que quer que seja. Se empenhando, se divertindo, experimentando, vivendo algo novo... A dimensão que aquele momento ganha decorre da simples, porém infinitamente importante, atitude de tentar e conseguir (seja qual for o resultado, inclusive), uma atitude tão singela e poética que estampou nos 58 anos de idade da minha mãe um sentimento de orgulho tão paupável quanto o suor que eu derramava.

O que uma mãe quer, não importa a sua idade ou a nossa, enquando filhos, é sempre estar ao lado daqueles a quem elas dedicaram uma vida inteira. E o ponto final fica aqui mesmo, porque uma mãe dedica sua vida aos filhos e pronto, nada mais. O que ela quer é partilhar toda e qualquer experiência nova desses tão amados seres tal e qual foi feito durante muito, muito tempo, desde o primeiro passo do bebê cambaleante, passando pelas primeiras palavras, o primeiro sorriso (não necessariamente nessa ordem), seguindo pelo primeiro uniforme do primeiro colégio, chegando à formatura, o primeiro emprego etc, etc e etc ao infinito... Ao infinito por que não acaba nunca a dedicação e atenção de uma mãe por seu filho.

Tipo isso... A gente pode crescer e mudar o quanto for, mas, para elas, sempre seremos a mesma criança e sempre despertaremos a mesma alegria de berço sempre que fizermos algo que as faça sorrir... Ou sempre que estivermos nós, filhos, felizes... É, pode crer. E isso porque o amor de mãe é desmedido, absoluto, incondicional e totalmente dedicado a seus filhos.

Meu pai tinha razão (já disse isso por aqui no blog): mãe é mãe.

Eu vou mais longe, mas dentro do mesmo princípio, e digo o seguinte: uma mãe é, para sempre, uma mãe.