quarta-feira, 26 de junho de 2013

Vá tomar n...





Então...

Eu vou e volto do trabalho todos os dias de ônibus. Já faço isso há algum tempo e confesso que tenho um certo prazer nessa rotina. Os ônibus que utilizo são os de linha pequena ou curta (veículos de menor porte que fazem trajetos específicos), o que me permite experienciar o transporte público sem a agonia de lotações e atrasos, ao passo que evito me estressar com o maravilhoso trânsito de Fortaleza, uma vez que nele não me encontro mais na qualidade de motorista.

Certo dia, estava eu na parada, esperando pelo Antonio Sales ou pelo Edson Queiroz-Centro e escutando música no celular com fones de ouvido (como sempre). No alto da Júlio Ventura, me aparece o segundo. Faço sinal para que ele pare. Ele desacelera quase em cima do ponto e só pára mesmo uns 10 metros depois. Ok. Sem problema. Começo a caminhar até a porta, quando 3 meninas/moças/mulheres me ultrapassam para subir na frente. Ok. Sem problema. Isso não me faz diferença.

Chego à porta do ônibus. Estão as 3, em fila, pagando e entrando no mesmo. Espero pacientemente minha vez, ao passo que me desloco para dentro da cabine à medida que as moças acima referidas me concedem algum espaço.

No meio desse processo, eu sinto a porta do ônibus fechar. Eu estava exatamente no degrau da porta e ela bateu em mim (era o espaço que eu poderia ocupar naquele momento). Afastei a porta e continuei ali. Mas lá vem ela e fecha de novo. ¬¬ ... Achei estranho, mas tudo bem, e pensei: "deve ser algum problema do ônibus...". Quando a moça que estava na minha frente saiu dali e pude me dirigir ao motorista para pagar a passagem, este, com toda sua gentileza, seu carisma e sua desenvoltura, me diz: "sE nAum saÍ da poRTa u oUnibus nun aNdA nAum".

A grafia propositadamente estranha acima é só para tentar ilustrar o nível de qualificação humana do profissional que ocupava o volante naquele dia.

Eu ouvi aquilo e fiquei meio sem acreditar (eu continuava escutando música. No momento tocava Letting go Tonight, da Anarita, música viciante já comentada anteriormente). O fulano continuou falando e eu, já sem paciência, disse: "olha, eu não quero fazer confusão não, mas você merece um vá tomar no cú..." Oo ...

As palavras foram quase que precisamente essas. Eu sei que a expressão final foi sim exatamente essa. O educado motorista continuou praguejando qualquer coisa, enquanto eu solenemente o ignorava, entregava o dinheiro, aguardava meu troco e me dirigia à catraca. E ele falando sabe lá Deus o que (a música, felizmente, me ajudava a não ouvir)... A última coisa de que me lembro é que disse, por fim: "A catraca, motorista...". Ele, provavelmente à contragosto, liberou a passagem e caminhei até o fim do ônibus para me sentar confortavelmente num cadeira que estava vaga por ali, enquanto todo mundo me olhava e pensava só Deus sabe o que.

Então...

Não sei dizer se o cara mereceu a minha atitude. Eu provavelmente o fiz ter muita raiva, porque fui bem grosseiro e o coitado teve que exercer seu trabalho (prestar o serviço) da mesma forma, como se nada tivesse acontecido, para alguém que, naquele momento, ele provavelmente odiava. Ele não tinha que ter feito o que fez, isso é um fato. Mas talvez o dia daquela pessoa já não vinha sendo muito fácil e aquele pequeno fato (um cara parado na porta) acabou se tornando o estopim para descarregar parte da frustração que possivelmente o acompanhava (ou que o acompanha todos os dias, quem sabe?). Eu, obviamente, não tinha que absorver aquilo ou aceitar de qualquer forma tal atitude, mas as coisas poderiam ter sido diferentes...

No calor do momento, foi isso o que deu para fazer, foi isso o que quis fazer. Refletindo bem a respeito do assunto, no entanto, e considerando tudo o que aprendi na vida até agora, a felicidade que atualmente me acompanha e a noção de que violência gera violência e de que gentileza gera gentileza, concluí que a melhor resposta para o zangado motorista seria: "bom dia para você também ... :)".

Nessas horas, vale lembrar o Profeta Gentileza, que pintava nos muros das cidades onde passava frases que pregavam o amor e, adivinhem só, a gentileza.

Olha o link aí: http://voluntarios.institutocea.org.br/posts/7387

O Profeta Gentileza ficou bem conhecido através de uma música da Marisa Monte, feita em sua homenagem. O nome da música? Adivinhem! Gentileza. Ela está no álbum Memórias, Crônicas e Declarações de Amor. Olha a letra aí:


Gentileza
(Marisa Monte, 2000)


Apagaram tudo
Pintaram tudo de cinza
A palavra no muro
Ficou coberta de tinta
Apagaram tudo
Pintaram tudo de cinza
Só ficou no muro
Tristeza e tinta fresca
Nós que passamos apressados
Pelas ruas da cidade
Merecemos ler as letras
E as palavras de gentileza
Por isso eu pergunto
A você no mundo
Se é mais inteligente
O livro ou a sabedoria
O mundo é uma escola
A vida é o circo
"Amor: palavra que liberta"
Já dizia o profeta



É isso. Vivendo e aprendendo.



terça-feira, 11 de junho de 2013

Um brilho no céu para a A.S.





Post da minha amiga Meia Silva, já antes citada por aqui.  Esse texto foi escrito em homenagem a um amigo seu que partiu antes do tempo (se é que tal coisa existe)... Mas todos compreendemos esse sentimento.



"Foi cedo demais.

Uma amiga abre a janela do facebook e me pede para eu confirmar a fatalidade. Eu, sem ter conhecimento de nada, ri e penso: não, como pode? Ontem mesmo, de madrugada, eu estava vendo suas fotos pelo instagram! Ele tava feliz, entre amigos, curtindo a noite e querendo ser três pessoas ao mesmo tempo. Ele queria se divertir, mas não podia estar em todos os lugares ao mesmo tempo. E hoje, depois disso, ele está.

Realmente o sentimento de perda é algo muito estranho e doloroso. Fazia meses que eu não falava com ele (talvez até mais de um ano). Acredito que nos cruzamos nesse meio tempo, mas os papos longos de msn não existiam mais e hoje não mais poderão existir. Nós sabemos que devemos aproveitar todos os dias de nossa vida como se fossem os últimos, que sempre devemos dizer às pessoas que amamos o quanto gostamos delas e que nossa vida é frágil demais para qualquer pequeno descuido. Mas parece que são só nessas tragédias é que lembramos de tudo isso. E isso dói muito.

Tenho que deixar registrado o quanto fui grata a ele. O conheci de uma maneira super inusitada, num local inusitado, mas ele estava atrás de realizar o mesmo sonho q o meu. De cara me encantei e não só isso: acabei convidando-o pra ir à minha casa naquela mesma hora. Louca, eu! Como eu posso chamar um cara pra minha casa tendo eu o conhecido há 10 minutos? Não sabia. Só sabia que era isso q devia ser feito. Estávamos desesperados, precisamos daquele pedaço de papel e aquilo nos uniu.

A partir dai, ele me apresentou a pessoas fantásticas e vivemos muiiitos momentos felizes e sorridentes juntos. Como não lembrar como ele cuidava de mim? Ele sempre me acompanhava na volta de nossas saídas e, na ida, eu combinava com ele de pegar o mesmo transporte. Ele sentaria do lado da janela e estenderia o braço quando passasse no ponto em frente à minha casa e eu saberia q ele estava ali. “Era nova demais e medrosa demais pra andar sozinha.”

Atualmente, nosso contato era quase nulo, porém era sempre muito gratificante encontrá-lo por ai. Era um beijo e um abraço feliz, cheio de energia e vida. Tive a sorte, também, de termos profissões parecidas e de que meus outros amigos estavam sempre postando fotos com ele. Além disso, com as mídias sociais e as páginas de jornal, eu conseguia acompanhar de longe o trabalho fantástico que ele fazia.
Ele nasceu para brilhar. Ele sempre foi assim cheio de energia e simplicidade. Você o conhecia, você o amava. Simples e invariável.

O sentimento é de que você tinha tudo pela frente, que você merecia tudo! Seu trabalho lhe eternizou, não tenha dúvidas, mas, mesmo sem ele e suas belas mensagens em forma de fotografia, sua imagem continuaria gravada no coração das pessoas que passaram por você.

Muita paz e, se é possível dizer isso por alguém, é por você que tem q ser dito: toda vez q eu olhar para o céu e ver um estrela bem forte brilhando, saberei que é você.

A.S. <3 i="">


Fiz algumas alterações no texto, tentando corrigí-lo de forma a não retirar dele seu significado. E fiz isso com a perimissão da autora.
Taí o blog com a publicação original: http://reflexoserefracoes.tumblr.com/ 





segunda-feira, 10 de junho de 2013

A música mais viciante do mundo





 Letting go Tonight
(Anarita, 2012)

I´m laying here, staring its cristal clear
How could you leave it all behind
I´m broken inside
Somehow, I´ve learnt to let you go
 I´m wishing you would know (I´m still missing you)

I miss us going crazy, baby when we had it
All right, all night
 Touching every part of me
With nothing on you set me free
All right, all night

You should know I´m letting go tonight
I´ll never let you go
You and I, we´re letting go tonight, we´re letting go tonight

I never knew I´d still be falling apart
Sharing tears for you tonight
Make me come alive
Let go, I´m here to show the world
That it´s real, that it´s real

I miss us going crazy, baby when we had it
All right, all night
 Touching every part of me
With nothing on you set me free
All right, all night



Em homenagem à Victoria Andrade, que me apresentou (meio que sem querer) esse vício.



sexta-feira, 7 de junho de 2013

Sobre Crianças e Medos





Nós todos vivemos com medo.

Essa constatação me ocorreu num certo domingo à tarde, enquanto ouvia certas conversas "de gente grande" na casa da Kati, como diria a Rebeca. Discutiam-se temas soltos, sem nehuma especificidade mais apurada. No entanto um comentário me chamou a atenção: quantidade de filhos. Não lembro quem disse, mas o contexto envolvia as aparentes absurdas despesas para se manter uma criança, nos dias de hoje. Lembro que chegaram a comparar com o que se gastava antigamente para a mesma finalidade.

 Então... A primeira associação que fiz com o tema discutido foi o preço da educação. Especificamente, o preço que se paga para que o filho estude num bom colégio.

O preço é caro, bem caro, mas é sempre pago com a certeza de que se faz um bom investimento e de que se cumpre uma obrigação inerente a ser um bom pai ou uma boa mãe. Dependendo do colégio no qual esteja matriculada a criança e, consequentemente, do preço da mensalidade respectiva, a sensação é de se estar cumprindo tal obrigação de uma forma melhor ou pior.

Mas desde quando um bom colégio garante uma boa educação? E o que raios é um bom colégio? Primeira resposta: um bom colégio não garante uma boa educação. Segunda resposta: colégio bom é aquele que atende aos anseios de pais desesperados para ver o futuro dos filhos garantido (leia-se filhos futuramente "ricos"), o que, por sua vez, é determinado pelo que socialmente é considerado como reflexo de uma carreira bem sucedida (I´m being ironic).

... Observe-se que, em momento algum, mencionei a felicidade da criança. ... 

Atualmente, na cidade de Fortaleza, Estado do Ceará, País Brasil, situado no sub-continente América Latina, ser bem sucedido é estudar Direito ou Medicina e/ou ser concursado. Ponto. Nothing else... ¬¬... É claro que isso é uma falácia e, de minha parte, um pequeno exagero, mas o inconsciente coletivo grita nessa direção.

Os colégios fazem propagandas de resultados de seus alunos no exame do ENEM e em vestibulares. Propagandeiam os primeiros lugares, exaltam a quantidade de aprovados e não mencionam, em momento algum, seus métodos.

É lógico. Seus métodos procuram formar a criança ou o adolescente um estudante profissional, limitado a ser aprovado em testes (que estão longe de medir suas capacidades) e preocupado em sempre ser o primeiro naquilo que escolheram (pai, mãe, família, sociedade.. enfim) para ele ou ela.

É um sistema. Um círculo vicioso. Na mídia, a sociedade está sempre em crise (salvo quando se fala sobre novelas, futebol, carnaval e coisas assim... aí todos os apresentadores de jornais são só sorrisos ¬¬), a economia anda sempre devagar (salvo em épocas de festa, tipo natal, páscoa, carnaval) e nunca há vagas de emprego o suficiente para todo mundo (isso até que é verdade, mas depende muito do momento histórico que se vive).

A impressão geral de que tudo está difícil engessa as possibilidades de qualquer ser-humano sonhador, pois o limita a tentar exaustivamente ser bem sucedido naquilo que se entende ser garantia de uma vida tranquila (leia-se: uma vida sem dificuldades financeiras). Com essa perspectiva, o foco da população muda. A preocupação primordial é a sobrevivência, determinada por aquilo que o manipulado inconsciente coletivo entende por essencial. Refiro-me a trocar de carro a cada 2 anos (quem inventou isso? Um motor de carro é feito para durar, por baixo, 150.000km!), comprar roupas nas lojas tidas como de "qualidade" garantida, participar da massa acéfala que pula nas festividades anuais de forma inconsequente e, voltando para a "realidade", passar o resto do ano trabalhando para pagar por essas 3 coisas, as quais, de acordo com o TODO, garantem sua felicidade, confirmam para todos que você está "curtindo" a vida... bla, bla, bla ... mi, mi, mi, mi... whatever... ¬¬
 
Existe um tom de ironia em dizer que essas 3 coisas são essenciais à sobrevivência e minhas colocações, além disso, são um óbvio exagero. A ironia serve só para marcar o quanto se dá importância primária ao que deveria ser secundário. Aliás, essas 3 coisas, além de outras supostamente não tão importantes, até poderiam ser primárias, mas existe hora e lugar adequados para tudo.

O exagero está no fato de que querer tais coisas não nos faz um bando de desmiolados. Ora, quem não quer ter um carro novo? Eu quero. Quem não gosta de festa? Eu gosto. Quem não quer se vestir bem, comer bem, ter algum luxo, trocar de celular, comprar um computador novo, uma televisão nova etc... High five, Mundo!! Porque todos queremos!!



É tipo isso...

Mas as pessoas esquecem de fazer isso no seu tempo e dentro de suas possibilidades. A impressão que tenho da maioria é que ela quer o futuro "pra ontem".  Não há uma maior consideração sobre o caminho que se deve percorrer para que se chegue a determinado objetivo. Não se pensa, ou se pensa muito pouco, nas consequências do que se faz para alcançar tal objetivo... Enfim.

Esse não pensar é determinado pela ânsia de se conseguir o sucesso (seja ele o que for, mas geralmente vinculado a ter dinheiro) o mais cedo possível. Essa ânsia alimenta e é alimentada pelo medo. Medo de não se conseguir aquilo que todos dizem ser importante.

A meu ver, o reflexo disso tudo na criança, na base da sociedade, é óbvio. Veja: premissa 1 - enquadrar-se no sistema (social, educacional e laboral) é "garantia" de sucesso; premissa 2 - ninguém quer esperar para ter sucesso; premissa 3 - se você se prepara antes, leva vantagem sobre quem deixa para depois; consequência - crianças focadas, desde muito novas, em ser aprovadas. Aprovadas em que? Em qualquer coisa... A sociedade meio que esqueceu que o insucesso faz parte da vida.

...
Acho que aqui cabe uma historinha:

Há algum tempo, conheci, em Montevideo, um australiano que estava hospedado no mesmo albergue que eu. Jogando conversa fora, ele me deu um breve resumo de sua história recente: havia terminado o colegial, serviu ao exército por um ano, tempo em que juntou algum dinheiro, terminou o período de serviço e decidiu passar um ano viajando... Perguntei o que ele faria quando voltasse para casa. Resposta: "Não sei, quando chegar lá, penso sobre isso..."

Fim da história.
...

Ao ouvir a resposta final, naquele momento, lembrei que, com a mesma idade do australiano, existem milhares em Fortaleza, ou mesmo no Brasil, preocupados unicamente em ser aprovados em testes (provas, vestibular, concurso público, entrevista de emprego etc). Não que isso seja errado. Mas existe ainda uma forte impressão de que isso é um fim em si mesmo! Tipo: aprovado no vestibular, formado, empregado e casado, pronto! Parabéns! Você foi agraciado com o certificado de felicidade comprovada e agora pode morrer... ¬¬

Não parece haver espaço para que o jovem ou o adulto pare e pense. Sobre o que? Sobre si mesmo ou sobre qualquer coisa que lhe convenha. É um contexto de vida onde tudo parece pré-determinado, onde todas as escolhas já foram feitas por você. Não há espaço aparente para a criança brincar, sonhar e desenvolver seu sonho do seu jeito até o limite em que ela, por si, toma consciência de quem é, o que quer fazer e, com isso, partir para a vida motivada a tornar realidade aquele sentimento que lhe impulsiona na direção de sua felicidade.

Esse espaço, o espaço para brincar e sonhar (leia-se ser livre) é essencial. A existência desse espaço sim é uma questão de sobrevivência.

Não estou dizendo aqui que a criança deve ser deixada solta para fazer o que quiser. Não, longe disso. A criança não precisa nem deve ter que fazer isso sozinha. É necessário orientação. Mas a orientação tem de ser dada do ponto de vista dela, e não da perspectiva do adulto noiado, traumatizado, medroso e cheio de manias. Cautela é sempre bom. Aprender com os erros é essencial. Mas tolher a experiência viva de uma criança que descobre o mundo pela primeira vez, sob a alegação de que já se sabe as consequências supostamente nefastas de uma suposta atitude qualquer é uma tolice inacreditável. Nada é certo nessa vida. Nada é objetivo. Nada é determinado. O mundo cartesiano e a física Newtoniana já não dominam mais a cultura que nos envolve.

Educar uma criança é promover o desenvolvimento de um ser novo, quase puro, tal qual uma folha em branco. A grande sacada dessa educação, ao que me parece, é deixar que esse ser escreva a maior parte das palavras, frases e textos dessa folha, deixando para nós, que por eles devemos olhar, apenas as notas de rodapé.

... Feito isso, acredito que aí sim, poderemos mencionar várias vezes, nessa história, a felicidade da criança...

Just thinking...


Esse post não me parece bem finalizado, mas já tá muuuuuuuuuito longo e tô com preguiça.




segunda-feira, 3 de junho de 2013

Another day in Paradise






 

Just Another Day in Paradise...

Not the Phill Collins´s song, but the real thing. 

It´s difficult to describe what is the paradise... I guess I can´t, but I´m glad to know that, when you get there, you just know you reached it.

What I can say is the paradise is not a fisical place, a site to look for... No. It´s a feeling. A spiritual perception that you are on the right place at the right time... And again, this place is not fisical.

I´m enjoying that place. It´s my paradise. My current paradise.

And the best thing? She´s there with me.