quinta-feira, 30 de outubro de 2014

Ainda sobre compasso...





Continuando o post anterior.

O compasso possui essa estrutura bonitinha e tudo, mas ele não é uma espécie de célula fechada e intocável. Vale lembrar que, antes de tudo, veio a música e só após surgiram regras que tentam compreendê-la. O compasso é uma regra desse tipo. É ele que se adequa à música e não o contrário (o contrário também é possível, mas o que quero dizer é que o "musicar" livre e espontâneo é mais relevante do que se compor uma música metricamente perfeita).

Dentro dessa ideia, é possível afirmar também que uma música que começa quaternária, por exemplo, não precisa terminar quaternária. Esse compasso pode mudar e causa um efeito interessante.

Um exemplo lindo e bem claro dessa pequena quebra de parâmetros é a música Pra Sonhar, de Marcelo Jeneci e Laura Lavieri.

Ela inicia quaternária (a introdução instrumental onde se destacam violões e um acordeon) e, lá pelos 45 segundos decorridos, mais ou menos quando se inicia o vocal, a música muda para o compasso ternário. Acho que o primeiro pulso do compasso ternário dessa música acontece nos 46 segundos (ao menos na versão que tenho no celular).

Problemas? Nenhum. A música é linda, a letra é linda, os arranjos são lindos, o videoclipe é lindo, enfim... 

Ideia final da história: a métrica ajuda a compreender a música (e, posteriormente, vai ajudar a compreender a dança), mas não a determina, limita ou subjuga. Pelo contrário. Ela existe para ajudar e é apenas uma ferramenta, um acessório mesmo, da criatividade musical.

terça-feira, 21 de outubro de 2014

Compasso...






Não é o instrumento gráfico construído para desenhar circunferências. Refiro-me ao compasso musical.

Compasso é o número mínimo de pulsos que definem um ritmo. Os mais comuns por aqui no ocidente são o compasso ternário e o quaternário. O primeiro é composto por 3 pulsos. Desses três, o primeiro é o pulso forte e os dois seguintes são pulsos fracos. Fica mais ou menos assim:

1 ... 2 .... 3 .... 1 ... 2 .... 3 .... 1 ... 2 .... 3 .... 1 ... 2 .... 3 .... 1 ... 2 .... 3 ....

Exemplo de música ternária: valsas. Exemplo popular de música ternária: Vilarejo (Marisa Monte).

O compasso quaternário possui 4 pulsos, como o próprio nome já denuncia. O primeiro é o pulso forte, o segundo e o quarto são pulsos fracos e o terceiro é um pulso meio-forte. Seria mais ou menos assim:


 1 ... 2 .... 3 ....4.... 1 ... 2 .... 3 ....4.... 1 ... 2 .... 3 ....4.... 1 ... 2 .... 3 ....4....

Exemplo de música quaternária: 90% do que se escuta no ocidente. Por que? Não sei... Mas esse me parece o compasso com o qual se trabalha mais facilmente a estrutura rítmica natural do ser humano. Geralmente, quando alguém cantarola alguma coisa de sua autoria, o faz em um compasso de 4 pulsos. Há execeções? Sim!! Várias. Nada em música é propriamente uma regra e, quando é, não é algo que não possa ser revisto ou até quebrado. Se o resultado dessa quebra vai ser bom, aí já não sei...

Li não sei aonde que um compasso com mais de 4 pulsos soa estranho ao ouvido humano... Por que e o que isso significa não faço ideia, mas, de fato, soa estranho... Tome-se por exemplo a música Fire, do compositor Brian Crain. Ela é uma música cuja menor estrutura rítmica possui 5 pulsos. Do que entendo de música, acho que ela possui um compasso complexo, formado por um compasso ternário (3 pulsos) e um binário (2 pulsos)... Vale dizer que não é porque ela soa estranho que é feia ou algo assim. A música é lindíssima..  Mas isso já foge um pouco do que pretendo com esse post.

Por que escrevo sobre isso? Porque tenho andado muito pelo meio da dança e cada vez mais percebo que a ausência de conhecimento musical básico prejudica demais os dançarinos, sejam eles experientes ou iniciantes. O segundo motivo é que pretendo formular uma espécie de cartilha ou aula básica, na qual certas coisas sobre música serão explicadas, dentre elas o compasso.

E o básico do básico é isso.

Aviso aos zoukeiros: todas as músicas que dançamos são quaternárias. Isso é fácil. Não tão fácil (para quem não tem costume de lidar com esse tipo de coisa) é enxergar como isso acontece na música.



quinta-feira, 16 de outubro de 2014

Resumo rápido dos últimos meses...


 


Do que interessa:

1. Parei de pedalar e não sei se volto. Fui ao médico e ele disse que tenho princípio de artrose no joelho direito, ocasionada exatamente pelo movimento de pedalar... Nada bom... Antes que o princípio vire um desenvolvimento e uma conclusão, parei de vez...

2. Isso modificou minha rotina de transportes diários, mas já dei um jeito. Qualquer dia falo qual foi o jeito.

3. Pela primeira vez na minha vida fiz algo por mim e só por mim, o qual sabia não ser tão certo, mas do qual não me arrependo. Só me arrependo das consequências que esse ato gerou para terceiros. Mas o tempo passa e tudo vai ficando bem.

4. Terminei de aprender duas músicas de um compositor chamado Brian Crain. São elas: Song of the Heart e Morning Mist. Quando conseguir gravá-las com um mínimo de erros, coloco aqui.

5. Dança de salão entrou de vez na minha vida e alguns caminhos interessantes estão sendo trilhados com base nisso.

6. Comecei a estudar Edificações no IFCE, mas parei esse semestre e acho que vou parar o próximo também, porque simplesmente tinha muita coisa acontecendo muito rápido e minha cabeça pirou (pirou mesmo, mas só vim me dar conta disso depois de um tempo...).

É isso.